domingo, 15 de março de 2009

Prefácio a Histórias de Meninos, do Visconde de Vilarinho de São Romão - Pedro da Silveira

Para além de serem reflexo entre nós de um tipo de ficções intervenientes, meio realistas meio alegóricas quais as de Voltaire, os contos do Visconde de Vilarinho de São Romão tanto podem tomar-se como continuadores de uma tradição que vem lá de trás, de Trancoso e por aí adiante, como numa genealogia que se continua, e nos seus Trás-os-Montes alto-durienses, com Camilo, que muito é de lá, têm, por aí adiante, o Monteiro Ramalho das Histórias da Montanha e do Dom Tarouco, o Vieira da Costa e Entre Montanhas, mais lá o Campos Monteiro de algumas páginas dos Ares da Minha Serra, até, na outra margem do rio do vinho generoso, o Pina de Morais do Sangue Plebeu e o melhor de Sousa Costa, e de novo a norte, um pouco de Domingos Monteiro (conterrâneo, não esqueçamos, de Monteiro Ramalho), João de Araújo Correia, Guedes de Amorim, Miguel Torga (ali de São Martinho de Anta a escassos vinte quilómetros de Vilarinho), vários mais novos, como Graça Pina de Morais ou A. M. Pires Cabral. Salvas, de facto, as naturais diferenças de ver a vida, de estilos, que o fluir do tempo impôs, parece-me uma genealogia harmónica em seu devir, onde as Histórias de Meninos não figurarão de antepassado pobre. Ou não será assim?

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