sábado, 28 de fevereiro de 2009

Prefácio a Histórias de Meninos, do Visconde de Vilarinho de São Romão - Pedro da Silveira

Não vou, obviamente, meter-me neste prefácio, porque prefácio contendo-se o mais possível na apresentação do autor, à crítica das Histórias de Meninos, seja estilística, seja do conteúdo. Aos críticos é que caberá fazê-la, revalorizando este livro, que, no meu entender, tem feito falta ao panorama da literatura portuguesa dos anos de transição em que [foi] escrito e pela primeira vez publicado. O que não quer dizer, todavia, que de todo me furte a, mais que avaliá-lo, situá-lo.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Navegações dos Portugueses - Henrique Lopes de Mendonça

Para dar as honras da cavalaria aos filhos mais velhos do rei de Portugal organizou-se, sob certas simulações, uma expedição naval contra os mouros de Marrocos, tradicionais devastadores das costas peninsulares.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Praia - Sophia de Mello Breyner Andresen

Na parede que ficava à esquerda do palco havia três janelas que davam para uma pequena rua sossegada, onde raramente passava alguém.

Prefácio a Histórias de Meninos, do Visconde de Vilarinho de São Romão - Pedro da Silveira

Escreveu-o outro transmontano, de Murça, Domingos Monteiro [de Albuquerque Amaral] (1744-1830), além de poeta, com o melhor de sua obra inédito, magistrado que ocupou, desde o tempo de Pombal, lugares vários de muito destaque. Foi amigo de Filinto -- um dos do Grupo da Ribeira das Naus -- e, como não poderia deixar de ser, dos beliscados n'Os Burros, do rabioso Padre Lagosta.

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Navegações dos Portugueses - Henrique Lopes de Mendonça

Foi isto em 1385. Mas só em 1411, pelo tratado de paz entre as coroas de Castela e de Portugal, a pequena nacionalidade ocidental pôde respirara com desafogo. E dentro em pouco cresceu o desejo de expandir, para fora das fronterias peninsulares, a actividade guerreira dos portugueses, inveterada após trinta anos de luta.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Praia - Sophia de Mello Breyner Andresen

No fundo da sala de baile havia um palco, onde os músicos tocavam, mas onde nunca se representava nada. Mas sabia-se que antigamente ali se tinha representado.

Prefácio a Histórias de Meninos, do Visconde de Vilarinho de São Romão

Mas o anticlericalismo ou antifradismo, nem gratuito nem demagógico, de Vilarinho de São Romão, que lhe deu algumas das suas melhores narrativas, não foi ele o primeiro a pô-lo em literatura entre nós. Lembremo-nos de Filinto, de tanta sátira metrificada de outros neo-clássicos, umas impressas, a maior parte jazendo até hoje inéditas. Por dar um exemplo, recorro a este soneto, achado numa miscelânea de 1813, «Aos Que São Religiosos por Força da Vontade dos Pais»:
Anda poupando o sórdido avarento,
Sem à boca ou vestido haver respeito,
Té se julga honrado e satisfeito
Se embestigou um filho num convento.
Entra o moço com grão contentamento
Um ano a trabalhar por ser direito,
no fim faz-se uma festa, e frade aceito,
Começa um novo estudo bolorento:
Uma filosofia tola e escura,
Uma vã teologia, e isto acabado
Entra a torpe ambição da prelatura.
Ele, e o pai, o reino têm roubado,
E esta capa de Deus e da clausura
De inúteis mandriões nos tem minado! (1)
(1) Poesias Particulares, de Diversos Autores. Anno MDCCCXIII, p. 142. Biblioteca Nacional, Res. Cod. 8582.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Navegações dos Portugueses - Henrique Lopes de Mendonça

Mas a ruína da nascente marinha portuguesa esteve a pique de se consumar de vez, com a perda da independência, durante a crise tumultuosa que se seguiu à morte de Rei D. Fernando. Foi depois de prolongadas lutas intestinas e de uma invasão empreendida pelo rei de Castela, pretendente à coroa de Portugal, que o trono veio a ser ocupado por um monarca eleito do povo, o Mestre de Avis, D. João I.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Praia - Sophia de Mello Breyner Andresen

A sala de baile era grande e comprida. Tinha duas portas que davam para a varanda, duas portas que davam para o hall de entrada e uma quinta porta que dava para um hall mais pequeno que servia de passagem e ligação entre a sala de baile e o bar.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Prefácio a Histórias de Meninos, de Visconde de Vilarinho de São Romão - Pedro da Silveira

Histórias de Meninos, para Quem não For Criança: um título que logo em si tem que se lhe diga. O autor, na verdade, não parece alheio à lição popular de contar, podendo entender-se que o faz seguindo o modelo das histórias que contavam lá para as suas bandas a meninos, mas dirigindo o ensino, a moral destas, ao entendimento dos adultos. E aí estão os contos de frades e freiras, ou candidatas a freiras, como no primeiro do livro, e alguns padres velhacos modelados por tantos que Teixeira Girão conheceria nos seus Trás-os-Montes. A outra edição, facilmente detectável, é a de Voltaire, cuja obra foi mais lida em Portugal logo que ia saindo do que pode pensar-se. A ironia, o humor de Candide, influíram as Histórias de Meninos quase tanto como a memória que o nosso autor guardava dos contos-facécias ou de ardis por si ouvidos em criança.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Navegações dos Portugueses - Henrique Lopes de Mendonça

O último rei da primeira dinastia, D. Fernando I, resgatou em grande parte o desastre de duas guerras com Castela, a que a sua leviandade arrastara o reino, com atiladas medidas de administração e fomento. Entre estas avulta a larga protecção dada às construções navais e a instituição dos seguros marítimos, em que Portugal se antecipou a todas as nações da Europa.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Praia - Sophia de Mello Breyner Andresen

Pelas janelas abertas a música saía e ia perder-se lá fora por entre as ramagens dos plátanos, misturada com o leve estremecer da brisa e o ressoar fundo do mar.

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