Histórias de Meninos, para Quem não For Criança: um título que logo em si tem que se lhe diga. O autor, na verdade, não parece alheio à lição popular de contar, podendo entender-se que o faz seguindo o modelo das histórias que contavam lá para as suas bandas a meninos, mas dirigindo o ensino, a moral destas, ao entendimento dos adultos. E aí estão os contos de frades e freiras, ou candidatas a freiras, como no primeiro do livro, e alguns padres velhacos modelados por tantos que Teixeira Girão conheceria nos seus Trás-os-Montes. A outra edição, facilmente detectável, é a de Voltaire, cuja obra foi mais lida em Portugal logo que ia saindo do que pode pensar-se. A ironia, o humor de Candide, influíram as Histórias de Meninos quase tanto como a memória que o nosso autor guardava dos contos-facécias ou de ardis por si ouvidos em criança.
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009
Prefácio a Histórias de Meninos, de Visconde de Vilarinho de São Romão - Pedro da Silveira
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