terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Prefácio a Histórias de Meninos, do Visconde de Vilarinho de São Romão - Pedro da Silveira

Já identificado o contista das Histórias de Meninos, Nemésio ainda pensou escrever sobre ele e o seu livro esquecido não obstante as duas sucessivas edições de 1834 e 1835. Como também imaginou representá-lo, com o tal conto do frade prenhe, numa projectada antologia, da qual chegou a falar numa crónica, de contistas, como diria Manuel bandeira, bissextos: desses que, com livro ou até sem ele, uma vez lhes aconteceu, em tema e realização, o grande achado. Mas nem uma nem outra coisa chegou a fazer -- e é pena, pois um daqueles seus ensaios breves mas iluminantes, como os do Conhecimento da Poesia antes saídos em jornais, que valem, mesmo divagantes, o que para sempre nunca darão os logogrifos dos filhos apanhadiços do gálico galimata Sr. Roland Barthes, bem melhor calhava aqui, substituindo-me, à recuperação do Visconde de Vilarinho de São Romão como contista. Mas, como ele não o fez... Ao menos, cumpra-se o do seu a seu dono. Que naquele tempo em que Nemésio me deu conta do seu achado, persistindo eu embora, como até hoje, em procurar a agulha em palheiro dos nossos narradores do Neoclassicismo, não conhecia o autor das Histórias de Meninos senão os livros pelos quais, mas cada vez menos, vem sendo lembrado: como a Memória Histórica e Analítica sobre a Companhia dos Vinhos, Denominada da Agricultura das Vinhas do Alto Douro, onde vão beber, nem sempre o dizendo, alguns de nome respeitado entre os estudiosos da história económica.

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