quinta-feira, 3 de setembro de 2009

PRAIA - Sophia de Mello Breyner Andresen

A sua sensibilidade era tão perfeita que até na própria madeira da mesa a sua mão pousava com ternura. Enquanto falava, abria espantosamente os seus olhos, que eram azuis como o azul duma chama de álcool. E o seu olhar era desmedido e impessoal como se para além de nós ele olhasse outra coisa. Talvez:
A memória longínqua duma pátria
Eterna mas perdida e não sabemos
Se é passado ou futuro onde a perdemos

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